domingo, 26 de setembro de 2010

O maior primata brasileiro ameaçado de extinção


MURIQUI-DO-NORTE , MONO-CARVOEIRO

Brachyteles hypoxanthus (Kuhl, 1820): MG, ES, BA.


Categoria de ameaça: CRITICAMENTE EM PERIGO




MURIQUI-DO-SUL, MONO-CARVOEIRO

Brachyteles arachnoides (E. Geoffroy, 1806): PR, RJ, SP


Categoria de ameaça: EM PERIGO



Fonte: Lista de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção (IBAMA, 2003)



Colaborador: Roberto Rocha



Ameaças > As duas formas de primatas brasileiros endêmicos da região sudeste do bioma conhecido como “Mata Atlântica” estão sofrendo baixas sucessivas em suas populações devido ao abate de indivíduos por arma de fogo, à urbanização nas proximidades das áreas de ocorrência de populações remanescentes das espécies, pela rarefação das florestas submontanas e montanas, especialmente pelo corte de árvores adultas, tais como GARAPA (Apuleia leiocarpa), JACARANDÁ-BRANCO (Platypodium elegans), BICUÍBA (Virola oleifera) entre outras. Além de integrarem a dieta folívoro-frugivora de Brachyteles as grandes árvores são fundamentais para a prática da vida arborícola, não somente para o MURIQUI mas também para outras espécies que dependem desses mesmos recursos.




Necessidades urgentes > Ampliar o conhecimento sobre o status das metapopulações remanescentes; restaurar e recuperar ecossistemas florestais nas áreas de ocorrência das espécies; restaurar e recuperar nascentes nas bacias hidrográficas do Sudeste do Brasil; manter programas de reprodução em cativeiro; criar novas unidades de conservação próximas das áreas de ocorrência recente da espécie; divulgar informações biológicas sobre Brachyteles sp. de modo a auxiliar a tomada de decisões; elaborar projetos preservacionistas e captar recursos necessários para alcançar os objetivos pretendidos.








Experiências em cativeiro > a reprodução do MURIQUI “ex situ” ocorreu pela primeira vez em cativeiro no CENTRO DE PRIMATOLOGIA DO RIO DE JANEIRO onde são preservados também outros primatas neotropicais ameaçados de extinção, tais como as três espécies do MICO-LEÃO (Leontopithecus). O centro está subordinado ao atual Instituto Estadual do Ambiente (INEA) que tem a missão de proteger, conservar e recuperar o meio ambiente para promover o desenvolvimento sustentável no Rio de Janeiro. O novo instituto, instalado em 12 de janeiro de 2009, unifica e amplia a ação dos três antigos órgãos ambientais vinculados à Secretaria de Estado do Ambiente (SEA): a Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente (Feema), a Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF).



O Centro de Primatologia tem reconhecimento internacional por desenvolver pesquisas que auxiliam a compreender aspectos biológicos dos primatas não-humanos, com destaque para as áreas de manejo, reprodução, anatomia e patologia, de modo a salvaguardar nosso inestimável patrimônio natural e contribuir com seu conhecimento para outros centros de preservação no Brasil e em outros países.


Ilustrações > por Stephen D. Nash capturadas em Monkeys of the Atlantic Forest of Eastern Brazil – Pocket Identification Guide. Russell Mittermeier, Adelmar F. Coimbra-Filho, Maria Cecília Martins Kierulff, Anthony B. Rylands, Sergio Lucena Mendes, Alcides Pissinatti & Lívia Meneghel de Almeida. Conservation International – Tropical Pocket Guide Series. Series Editors: Russel Mittermeier & Anthony B. Rylands.

2 comentários:

  1. Prezado Professor Roberto Rocha,
    Uma aluna do curso de Biologia aqui da UFF, e que estagia com o pessoal de Ornitologia da UERJ, diz ter visto o muriquie lá na REGUA (Reserva Ecológica do Guapiaçu) em Cachoeiras de Macacu (RJ). Como existem dados antigos de caçadores da ocorrência do bicho no munícipio, pode ser que eles ainda estejam por lá, pois o Dr Pissinati comentou uma vez da ocorrência deles nas florestas da Caneca Fina, ou seja não tão longe assim. Alguma notícia mais quente? Abração. Môsar

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  2. Amigo Mosar

    Os muriquis são os primatas de maior porte do Brasil e foram muito perseguidos (caçados a tiro) num passado não tão distante. Os remanescentes procuraram refúgio em locais mais seguros e eventualmente se arriscam para explorar as vizinhanças. Dessa forma é possível sim que alguns sejam vistos em matas de boa qualidade onde a circulação de estranhos seja mais restrita. Existe um site específico que contém informações sobre o muriqui na Serra dos Órgãos, Rio de Janeiro.

    http://www.programamuriqui.org.br

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